De vez em quando aparecem nas redes sociais posts sobre como se vestir ou se comportar, especialmente para as que enfrentam o processo de envelhecimento. Avisos, conselhos e advertências surgem aos montes, desde o uso de certos acessórios (sim, existem acessórios certos!) até o comprimento de saias, estampas dos tecidos e modelos de sapatos. Sem falar da espessura das sobrancelhas (Não podem ser fininhas, viu?, se você não quiser “entregar” a idade…)
Como já venho implicando com a forma como os velhos vêm sendo tratados, com tantos diminutivos ( até “nominho”, pode?), também não estou gostando da tentativa de me impor regras. Acho que, depois de tanto caminho percorrido, de tantas lutas vencidas, de tantas privações, temos o direito à liberdade de escolha.
Claro que há casos de insanidade provocados por doenças mas, muitas vezes querem determinar condutas e regras para quem não as solicitou e se sente bem do jeito que está. Cada um vai criando seu próprio estilo de acordo com suas preferências ou comodidade, sem se importar se tal cor ou modelo está na moda ou fora dela. Vi há pouco que o sapato tendência para o próximo verão é um tal de slingback, aquele fechado na frente e aberto atrás. E no que isso vai mudar minha vida? Logo agora que valorizo muito mais o conforto que a elegância?
Vestuário, acessórios, objetos de decoração entram e saem de moda com uma facilidade fora do comum, de acordo com os interesses do marketing. Sem falar do vocabulário. Por exemplo, não consigo mais ouvir a palavra”narrativa” uma das expressões em alta…
“Se não estivesse tão fora de moda…eu iria falar em Amizade. O apoio, o interesse, a solidariedade de uns pelas coisas dos outros. A união além dos sentimentos e a dedicação de compreender para depois gostar. Sabes uma coisa… Sinto-me feliz por estar tão fora de moda.”. Mia Couto
Como concordo com esse escritor! Gostaria mesmo é de que voltasse à moda, além da amizade e do amor ao próximo, a tão necessária paz!