Nada mais que a obrigação. Não gosto dessa frase. Pra mim, soa como desnecessária, beirando à falta de educação mesmo.
Uma vez, na Reunião de Pais, elogiei um aluno pelo esforço e interesse pela leitura, o que elevou sua nota bimestral. A mãe dele disse “Não fez mais que a obrigação, pois não tem mais nada pra fazer, a não ser estudar!” Se aquela frase doeu em mim, imagino como atingiu aquela criança de quinta série..
Sabemos bem que empregados, funcionários, subordinados, enfim, têm deveres a cumprir e são pagos para isso. Já ouvi pessoas se negando a agradecer ou a dar uma gorjeta, usando esse argumento: “Ele/ela já é pago para fazer esse serviço.” Reclamar, todos sabemos! Entretanto, o que custa um agradecimento sincero pelo bom atendimento ou até mesmo um elogio pela forma que a pessoa prestou aquele serviço? Dizem que o presente mais barato que se pode dar é um sorriso. Sorria, então, quando agradecer!
Todos nós temos obrigações no trabalho, na escola, na família, no círculo de amizade. Sem falar da obrigação consigo mesmo, de se cuidar e de se amar, por que não? Cada um cumpre os deveres como consegue: primorosa ou relaxadamente.
Mas, sempre há os que vão além do solicitado, os que ajudam companheiros, os que melhoram o ambiente do trabalho com seu humor saudável, os bons vizinhos, os solidários com a dor alheia, os que são bênção onde se encontram. Esses fazem mais que a obrigação, sem interesse nenhum. São os atenciosos, os amáveis, os que têm iniciativa, os que se importam.
Nada fácil aceitar a recomendação de Jesus: ” Se alguém te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas…” 0u ” Se alguém te forçar a lhe entregar uma túnica, dá também a capa”
“Se eu, podendo fazer o meu melhor, me contento com o possível, vou chegar a um lugar perigoso chamado mediocridade.” ( Mario Sérgio Cortella)
Vamos tentar fazer mais que a nossa obrigação?