Quase sempre, quando voltamos de uma longa viagem, gostamos de retornar ao lar. Bom reencontrarmos nosso cantinho, nossas coisas, especialmente se tivermos deixado tudo organizado antes de viajar.
Mas, a dona de casa sabe que, por mais arrumada que pareça a casa, haverá uma camada de poeira cobrindo tudo e isso a incomoda, mesmo que mais ninguém tenha notado. Sim, porque ela penetra, sabe-se lá por onde, até em lugares esterilizados. Torna-se necessário, então, removê-la sem demora.
Não haveria também uma outra espécie de poeira, dessas que se acumulam nos cantos da nossa vida e maculam nossos relacionamentos? O desgaste causado pela convivência – arte difícil – pode ir minando a cortesia, a gentileza, os bons modos… e daí para o desrespeito é um pulo!
Assim como detectamos o pó sobre os móveis, também devemos identificar o que pode estar perturbando nosso convívio com as pessoas. E fazer uma bela faxina, espanar esse pó. Importante é agir logo, pois o passar do tempo só dificulta a tarefa. Não devemos esperar pela vontade de quem talvez nem esteja enxergando ou se importando com a tal limpeza.
Interessante a letra da música “Volta por cima”, de Jorge Aragão. Seu conteúdo é machista: “Um homem de moral/ não fica no chão/nem quer que mulher/ lhe venha dar a mão.” (Como assim? Nenhuma mulher pode lhe dar a mão? Nem uma enfermeira? Nem a própria mãe?) Entretanto, propõe algo positivo :“Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.” Ação tripla: erguer-se, sacudir a poeira e superar o problema.
Já repararam nas árvores após uma chuva forte? O chão, embaixo dela, fica forrado de folhas, sujeira e galhos secos. A tempestade que poderia derrubá-la fez uma grande limpeza, removendo o que era inútil e prejudicial. E agora, ela está renovada, mais verde e mais bonita.
Vamos também revitalizar nossos relacionamentos, removendo tudo que os prejudica. Assim, recuperaremos a paz de espírito, aquela que Cristo nos ofereceu: “Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou.”