Cotidiano

Histórias da Tirza

meninos

Desta vez publico este texto da grande amiga Tirza, de Itapetininga, muito observadora e boa na arte de contar “causos”:

I. Gosto muito de me lembrar de um certo Orazir Cardoso, um homem lá de Nova Campina. Ele era presbítero da Igreja Presbiteriana e estava num culto, ao lado da filha de uns nove anos, muito sapeca, dessas que não paravam no banco por mais de dez minutos, o que devia preocupar o pobre pai. De repente, durante uma tempestade, faltou energia e ele, todo protetor, agarrou a filha e colocou-a no colo pra impedir que ela saísse do lugar, naquele momento ruim. Ela, é claro, esperneou o que pode, mas foi vencida pela força daquele pai tão preocupado. Isso não durou mais que poucos segundos, e quando as luzes foram acesas, lá estava ele, agarrado a uma velhinha magrinha, pequena, desesperada, sem forças pra se livrar daquele colo e braços. Os dois já foram “pra Glória”,  mas essa façanha ficou na história daquele lugarejo, já cheio de histórias cabeludas.

II. Lá em Santos, uma senhora muito simples, foi ao médico por causa de problemas renais. Durante a consulta ele perguntou:

– A senhora urina com abundância?
Ao que ela respondeu:

– Não senhor, com a periquitância!
Isso parece piada, mas aconteceu de verdade. Fico pensando no tanto que o profissional teve que se segurar pra não gargalhar.

III. Meu neto namora na maior inocência, uma menina da pré-escola. Leva super a sério e eu acho uma graça, pois na cabeça dele, namorar é cuidar dela, brincar, defender dos colegas estúpidos e sofrer se a professora dá bronca nela, pois com a tia não pode brigar.
Pois bem. Nesta semana ele disse pra mãe dele:
– Mamãe, você tem um ponto fraco?
– Eu tenho, e você?
– Eu tenho. É a Camila. Imagine uma mulher que sabe tirar um band-daid, sem deixar doer e sem tirar nenhum pelinho!

About the author

Zeneide

Meu nome é Zeneide Ribeiro de Santana, professora de Língua Portuguesa e Literatura. Já sou aposentada e aproveito meu tempo lendo bastante e tricotando um pouco.

2 Comments

  • Zeneide, que você tenha idéias e as transmita com clareza, tudo bem. O que surpreende é a fidelidade com que você passa o que ouviu da minha mulher. Deus a abençoe.

    • Darlô, para ser sincera, não tenho tão boa memória assim. A Tirza mesma escreveu os textos, num comentário que fez sobre uma das crônicas e também transcrevi a história do netinho de uma das nossas conversas pelo Facebook, tempos atrás. Não mudei nada, pois achei muito “saborosa” a linguagem dela, bem coloquial, a própria fala da minha amiga.Deus abençoe você também e toda a família.