Diz o relato bíblico que Deus chamou Abraão e mandou que ele saísse à procura de um lugar que lhe seria indicado, para lá se estabelecer e formar uma grande nação.
Ele obedeceu, mas depois de vários anos, já idoso, ainda não tinha um descendente. Então, quando parecia estar desanimando da espera, numa visão, o Senhor lhe apareceu e…
“…levando-o para fora da tenda, disse-lhe: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las. E prosseguiu: “Assim será a sua descendência”. Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça” (. Gênesis 15:5-6)
Interessante o fato de Abraão ter sido levado para fora da tenda. Imagino que, depois de um dia de trabalho intenso, talvez lidando no campo ou cuidando do gado, as pessoas se recolhiam cansadas para o repouso merecido e necessário. A tenda representava o abrigo, o descanso, a privacidade, o refúgio, enfim. Mas o Senhor retirou seu servo dessa zona de conforto e conduziu-o ao relento para revelar-lhe suas promessas.
Que melhor ilustração que o céu estrelado? Deveria ser uma belíssima noite, quem sabe enluarada, com estrelas mil, todas cintilantes, piscando intermitentemente qual joias estendidas sobre o escuro veludo azul… E Abraão foi desafiado a contá-las! Comparação perfeita para anunciar as bênçãos que estenderia a todas as famílias da terra a partir da sua descendência! E ele creu no Senhor!
Será que não precisamos também sair da nossa tenda? Não estamos acomodados ao conforto do lar, à estabilidade do emprego, a salvo das intempéries sociais? Ocupados demais com a tecnologia que, paradoxalmente, nos afasta do mundo real? Assim como fez com Abraão, Deus pode querer mostrar-nos o céu estrelado, apesar da poluição constante, mandar-nos contar estrelas para ter uma pálida ideia do quanto poderá nos abençoar e aos outros por nosso intermédio.
Queridos, queridas, vamos sair da nossa tenda?
