Dizem que, numa casa, todos os caminhos conduzem à cozinha. Há tempos, quando ainda não havia TV, nem os modernos recursos tecnológicos, a cozinha era o local de encontro, especialmente na hora das refeições. Nos lares mais simples, a mãe, geralmente finalizava o jantar, enquanto filhas ou filhos ajeitavam pratos, copos e talheres na mesa. Cada um se servia no fogão mesmo, onde as panelas ainda fumegavam, desprendendo aquele aroma fantástico… E havia conversas, novidades, risadas… Que saudade!
Os temperos, quase sempre eram colhidos na horta, verdes, frescos e perfumados. Muita coisa mudou, mas, culinarista que se preza não abre mão das ervas, pimentas ou pozinhos mágicos que fazem toda a diferença no preparo dos alimentos. É o toque pessoal, o segredo culinário que intriga, difícil de ser revelado…
Lembrei-me agora de que, segundo os romanos, para se preparar uma boa salada, são necessárias quatro pessoas:
– um avarento para colocar o vinagre,
– um perdulário para colocar o azeite,
– um sábio para colocar o sal,
– um louco para misturar tudo.
Ou seja: pouco vinagre, muito azeite, temperos bem equilibrados e tudo muito bem misturado… Bem, na verdade bom senso e bom gosto devem ser suficientes.
O marido de uma senhora que conheço não gosta de alho, não suporta cebola e nem pode sentir o cheiro de vinagre… Fico, então, imaginando como ela consegue preparar boas refeições…
Outro dia, vi um post referindo-se ao coentro como “uma salsinha possuída pelo demônio”… Há quem ama e quem odeia…
E o nosso dia-a-dia? Será que não anda meio desenxabido, com falta de algum ingrediente que lhe dê mais sabor? Que temperos poderíamos usar para incrementar a rotina tão cansativa? Pensei em alguns:
– criar ou reativar hábitos positivos: agradecer, por exemplo;
– praticar a arte do elogio;
– deixar de reclamar tanto;
– separar um tempinho do dia para não fazer nada;
– acrescentar uma boa pitada de açúcar nos relacionamentos.
Que outro tempero você poderia indicar? Aceito sugestões.