Para ficar feliz

Se quiser ficar triste…

“Feche-se no seu quarto. Rumine sem parar os seus cansaços, as injustiças e as mágoas que vem sofrendo; amasse tudo isso no seu coração durante vinte minutos e junte um pouco destes ingredientes do passado: saudosismos e recalques. Misture duas xícaras de apreensão pessimista sobre o seu futuro, acrescente três pitadinhas daquelas invejas pegajosas, coloque umas cerejinhas de rancor para servir de enfeite e leve tudo isso ao forno da autocompaixão durante trinta minutos. No fim, terá um bolo monumental de tristeza, demorará três dias para fazer a digestão e ficará mais deprimido do que uma ‘tartaruga neurótica’.” (R. L. Cifuentes, Alegria de Viver. Quadrante, S. Paulo 1993, p.34).

Relata um médico que há anos foi chamado para curar uma jovem de dezessete anos, pálida, triste, magrinha. Tinham-na visitado diversos médicos sem nenhum êxito. Diz ele que percebeu que o mal dela era ser muito rica e não ter ocupação nem obstáculos a vencer. Levou-a para visitar famílias pobres da periferia, para fazer-lhes um pouco de companhia e oferecer-lhes um pequeno presente. Ela voltou contente para casa. As visitas se repetiram e, aos poucos, foi recobrando a saúde e a alegria. O segredo do êxito consistiu em ter descoberto algo muito antigo: a importância de pensar nos outros.

Realmente, pensar em nós mesmos:
– é ficar encerrado na pequenez da nossa existência, mesmo que os pensamentos girem em torno de coisas positivas: sucessos, êxitos, qualidades, posses etc.
– é levar-nos inevitavelmente a pensar também nas coisas negativas: fracassos, derrotas, pessoas que não nos amam, defeitos e limitações que possuímos, conquistas que até agora não alcançamos etc.

Que passemos os dias pensando mais em ajudar, em servir, em alegrar, em confortar os outros. Se nos esforçarmos para pôr esse propósito em prática, com certeza nos tornaremos pessoas muito mais felizes, descomplicadas e leves.

Pe. Paulo M. Ramalho

Portal da Família