Do folclore hindu:
“Certa vez, m rei reuniu alguns homens cegos ao redor de um elefante e perguntou o que lhes parecia ser.
O primeiro deles apalpou a presa e disse que o elefante se parecia com uma gigantesca cenoura; outro, tocando-lhe a orelha, disse que se parecia como um enorme leque; outro, apalpando-lhe a tromba, concluiu que o elefante se parecia com uma cobra; outro, tocando-lhe a perna, disse que se parecia com um pilão; outro ainda, agarrando-lhe a cauda, disse que o elefante era semelhante a uma corda.
Nenhum deles foi capaz de descrever ao rei a forma real do elefante.”
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Paulo, no seu belíssimo texto sobre o amor, faz no final a seguinte afirmação “Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” (I Cor, 13:12)
Conhecer a si mesmo já é difícil e ninguém pode conhecer totalmente outra pessoa, por maior que tenha sido o tempo de convivência com ela. Já pretender o conhecimento de Deus parece ser tarefa impossível, pois nossa visão é pequena demais diante da sua grandiosidade. Mas, esse “então” do apóstolo faz toda a diferença, pois acena com a possibilidade futura.
Por enquanto, o que nos resta é nos esforçar para não apenas ver pessoas, coisas e fatos, mas enxergá-los. Qual é a diferença? Enxergar é ver com atenção, e vai além do aspecto físico, pois envolve a percepção, a intuição daquilo que acontece com o outro, a empatia. Nesse sentido, até o cego pode enxergar. Porém, a atenção deve ser integral, para não se correr o risco de formar uma ideia fragmentada, como na história do elefante.
- Entretanto, a boa notícia é que, mesmo não podendo conhecer Deus, podemos, sim, ter intimidade com ele, de acordo com o salmista “A intimidade do Senhor é para aqueles que o temem, aos quais Ele dará a conhecer sua aliança.” (Salmo 25:14)
E existe algo melhor que ser amigo íntimo de Deus?