No livro O Fio da Vida, a autora Kate Atkinson tem um modo interessante e original para dizer que algo muito ruim aconteceu: “E caiu a escuridão!” Essa frase é repetida no final de alguns capítulos, quando se refere a um acidente, bombardeio, estupro ou morte…
De fato, muitas vezes somos atingidos por algo tão terrível que a sensação é de treva total. Perder o chão – é outra maneira de descrever certas situações, quando se recebe má notícia ou se é agredido por palavras ou ações violentas, totalmente imerecidas.
Escuridão, além do óbvio significado de ausência de luz, retrata a impotência, a impossibilidade de perceber qualquer alternativa para a solução das dificuldades. Também remete à alienação: não podemos visualizar tanto a nós mesmos como ao próximo, com suas carências e necessidades.
Que fazer quando a escuridão se instala sobre nossa vida, interrompendo projetos e sonhos? Sabemos que basta acender um palito de fósforo ou uma pequena vela para que a visão seja restaurada, ainda que momentaneamente.
Porém, conhecemos a afirmação de Cristo: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas”. Se crermos nele e o seguirmos, não temeremos quando as trevas quiserem nos encobrir, pois não há a menor compatibilidade entre a luz de Cristo e a escuridão.
Como consequência, poderemos refletir esse brilho em nossos relacionamentos, tentando evitar ou mesmo expulsar qualquer tentativa do inimigo no sentido de obscurecer nossa paz de espírito.
Como pessoas iluminadas, verdadeiros filhos da luz, agentes da justiça, deixemos transparecer o brilho celeste por onde quer que andemos, em qualquer circunstância. Assim, não haverá espaço para o desespero quando a escuridão quiser nos perturbar.
“Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus”. (Mateus 5:16)