Como é bom observar crianças brincando alegremente, em harmonia! Mas nem sempre é assim que acontece. Vez ou outra, um desentendimento, um ciuminho, uma briga podem interromper tudo. Aí a discussão vai se acalorando até que alguém desmancha o jogo, carrega a bola ou esparrama as cartas, dizendo:
-Ah! É assim? Então, não brinco mais!
A desavença pode durar alguns minutos ou se estender por mais tempo, dependendo da gravidade da causa. Na maioria das vezes, as próprias crianças fazem as pazes, pois sentem que tudo fica sem graça quando a brincadeira para de repente. Elas mesmas se acertam, se desculpam e tudo volta a ser com antes. Parece que esquecem a raiva por considerar muito melhor o prazer da diversão.
Com adultos, já é diferente. Dificilmente relevam, reconhecem seu erro ou perdoam. Guardam rancor e mágoa por muito tempo.
“Não brinco mais!” pode significar “Chega! Cansei de ser bobo! Acabou a amizade!” E a situação tende a piorar quando até a lembrança do ocorrido provoca mau humor… Triste!
Talvez por isso mesmo, Jesus Cristo tenha colocado uma criança como exemplo, dizendo que quem não se tornasse como uma delas não herdaria o reino dos céus. O Mestre ensinou o perdão – algo difícil, sim, mas que abençoa o ofendido e acalma o coração do ofensor.
Fico pensando em quantas vezes ficamos zangados com Deus, achando que não merecemos algo ruim que nos acontece. Desejamos ardentemente e suplicamos suas bênçãos, mas nos revoltamos diante da calamidade. Mesmo reconhecendo sua onipotência, onisciência e onipresença, agimos como crianças birrentas e ousamos dizer para o Pai:
– Não brinco mais!
Senhor Deus, perdoa-nos por questionar tua soberania e ajuda-nos a readquirir a pureza das crianças. Que possamos ser mais gratos e ter disposição para perdoar, tanto aos outros como a nós mesmos. Amém!