Por Zeneide Ribeiro de Santana
Surpresas acontecem sempre, mas algumas respostas inesperadas podem deixar-nos perplexos. Vou exemplificar.
Quando lecionava, procurava trabalhar o vocabulário, antes de analisar os textos. Então, perguntei se havia alguma palavra desconhecida no poema “Mar Salgado”, de Fernando Pessoa, e uma aluna disse que não sabia o que era “nau”. Como de hábito, consultei a classe, antes de dar o significado e um aluno levantou a mão: “Quem não sabe? Nau é ‘agora’ em inglês!”
No meu primeiro dia de aula numa classe de quinta série, em agosto, pedi que os alunos fossem levantando a mão ao responder à chamada, para que os conhecesse. Quando chamei o número nove, a turma toda, em uníssono, exclamou “MORREU!”. Percebendo meu susto, explicaram que ele tinha sofrido um acidente fatal logo no início do ano…
Uma tarde cheguei em casa e a moça que trabalhava comigo estava na calçada, mexendo os dedos na tentativa de atrair umas pombas que passeavam por ali. Pensando nos problemas de saúde que podem causar, perguntei se ela gostava de pombas. E ela: “Se gosto! A senhora nunca experimentou ela bem temperadinha, com arroz?”
Um outro caso é o de uma senhora de Serra Negra, que passava dificuldades com o marido, não muito amigo do trabalho, que chegou a deformar o sofá, de tanto ver televisão. Quando, tempos depois a encontrei e perguntei sobre o marido, ela disse : “Agora está tudo bem. Ele está trabalhando e melhorou dez por cento!”
Melhor mesmo é esta da saudosa avó Carolina, íntima da Bíblia, onde tinha versículos anotados e marcados para todas as situações, que costumava ler ao orar pelos visitantes. Uma vez, recebendo a visita de alguém que sofria do mesmo mal do marido daquela senhora de Serra Negra, quando ele perguntou: “Dona Carolina, a senhora tem um versículo para mim?”, ela deu um sorrisinho maroto e mandou Provérbios 6 : 6: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio.” Mas, em seguida, orou por ele, para que conseguisse um bom emprego, é claro!
Mto bom este texto seu, Zeneide! Bem divertido! Eu ri um bocado!
Acho que é o inesperado que faz a gente se divertir, como aquele seu segundo tombo, por exemplo…
Mais uma vez, amei o seu texto…Sempre com uma pitada de humor…
Obrigada! Todos nós já fomos surpreendidos por respostas inesperadas, não é?