– Bom dia, telhados!
Assim comecei a saudar as manhãs, depois que me mudei para este apartamento.
Realmente, do sétimo andar, aqui no centro de São Caetano, a visão predominante é a de um aglomerado de casas, edifícios residenciais, comerciais e até de algumas indústrias, como a Adria. Para quem nunca desejou essa espécie de confinamento, foi bem difícil, mesmo sabendo das enormes vantagens quanto à localização e segurança. A antiga batalha entre raciocínio lógico e sentimento…
Seis meses depois, abro as janelas de manhã de forma diferente. Primeiro vejo minhas poucas plantas na sacada, inclusive aquela do “Vaso de flor na lixeira”, que já produziu mais dois lindos mini-antúrios.
Hoje, na sacada, estão esvoaçando algumas bexigas coloridas, restos da brincadeira de ontem com a Bel, que se divertiu bastante e riu do prório susto quando uma delas estourou. Outras bexigas estão guardadas à espera do Samuel, que insiste em soprá-las, (mais saliva do que ar) e gosta de soltá-las sem amarrar, para ver o movimento e fingir que se assusta com o barulho… Não sei se há algo melhor que ver e ouvir a diversão deles, na qual fazem questão de me incluir.
E além dos telhados, ainda com a poluição atrapalhando um pouco, dá para ver muitos prédios de São Paulo, formando um contorno irregular na linha do horizonte. Bonita mesmo é a vista à tardinha, com a despedida do sol.
Mas, sei que meu olhar deve se direcionar para o alto. Mesmo não visualizando montanhas daqui desta sacada, sei que é do alto que vem o socorro daquele que tudo criou. Agora, no verão, temos tido dias de céu azul, com poucas nuvens. E como é bom saber que
Além do céu azul,
Foi Jesus preparar
Um lar pra dar a quem
A vitória alcançar.
Anelo conseguir
A vida no porvir,
Com fé no meu Senhor Jesus.
Só posso sentir gratidão por este cantinho, onde me sinto abençoada, na esperança de um dia me transferir alegremente para além do céu azul.