A criança pequena machuca o dedinho, bate a cabeça ou rala os joelhos numa queda. Além do susto e do choro, o que ela faz? Claro, procura a mãe, o pai, os avós, ou quem esteja cuidando dela, choramingando. Normal que ela seja consolada, carregada no colo e receba o remédio mágico: um beijo no local do machucado, um sopro e a promessa: “Já vai sarar”.
E não é que sara mesmo?! Na maioria das vezes. E a cura vem pelo carinho, pelo acolhimento, pela confiança e crença da criança naquela promessa. Pais e avós tornam-se cúmplices num ritual, numa encenação, com as melhores intenções.
Por causa disso, por mais de uma vez, dei e recebi esse tipo de cuidado dos meus netos: beijo no meu joelho que estava doendo e no dedo cortado há três dias, mas que ainda tinha um curativo… Cena hilária aconteceu com o Samuel, de 2 anos, outro dia: pisou descalço num brinquedo e machucou o pé. Quando ouvi o choro dele, corri rápido, mas ele já estava beijando o próprio pé. É… “quem sabe (ou não tem paciência) faz a hora, não espera acontecer”. Tem iniciativa o pequenino!
Mais difícil é para nós, adultos, quando sentimos dor física ou de outra espécie, pois sabemos que aquele recurso que usamos com filhos e netos não funciona mais para nós, mesmo porque pode ser que nem tenhamos mais a companhia dos que poderiam nos confortar…
E, muitas vezes, a dor aperta tanto, maltrata de um modo tão insuportável, que nos esquecemos de mostrar as feridas a quem pode providenciar, senão a cura, pelo menos o alívio dos sintomas. Basta orar:
– Pai, olha para esta ferida, que dói tanto! Estás vendo, Senhor, como estou sofrendo? De sofrimento e dor, o Senhor entende tudo, sei bem. Por isso, sopra sobre mim a brisa restauradora do teu Espírito! Cuida com afeto do meu corpo e da minha alma, por favor! Derrrama sobre mim as tuas ternas misericórdias para que eu possa sentir paz e aceita a minha gratidão. Amém!