Tristeza sem felicidade

‏- Vovó, por que você está com essa cara de tristeza sem felicidade? – foi a pergunta da Bel, quando ainda não tinha quatro anos.

Achei graça na pergunta e respondi que estava sentindo muita dor naquele momento. Mas, logo iria passar…

Como poderia ser diferente? Tristeza e infelicidade parecem ser dessas gêmeas univitelinas, idênticas, inseparáveis. Devem ser parentes próximas da ansiedade e ter muita afinidade com a dor de qualquer origem. Talvez haja até uma  associação com mágoa, ressentimento, falta de perdão… Caso complicado!

“Há um tempo determinado para todas as coisas”, dizem as Escrituras Sagradas. Nesse ciclo, a alternância de sentimentos é bem normal, esperada até. Pelas janelas do trem da nossa vida, as paisagens se intercalam: nem sempre vemos lagos tranquilos e campos floridos, acariciados por brisas perfumadas. Percorremos também terrenos baldios, vales escuros, assolados por fortes ventos e tempestades. Sofremos impactos para os quais nunca estamos preparados…

Mas, bom é que podemos confiar na chegada do sol, que não se atrasa e que, mesmo oculto por densas nuvens escuras, sempre volta a brilhar. São assim as misericórdias do Senhor, que se renovam todas as manhãs, trazendo com elas a esperança.

É isso que eu gostaria de explicar à minha querida Bel: a expressão de tristeza sem felicidade não é definitiva, exatamente porque existe a esperança, que foi lindamente chamada de âncora da alma.

Pois é nessa promessa que me fortaleço, pela fé, que é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. (Hebreus 11:1).

Pai eterno, sopra sobre nós o bálsamo da tua paz, que afasta a tristeza e modifica nossa postura diante das dificuldades. Cuida das nossas dores físicas e emocionais e fortalece em nós a fé e a esperança, para que só a alegria transpareça em nosso rosto. Em nome de Jesus.