Perguntamos isso em tantas situações! Somos levados, pelas circunstâncias, a uma paralisação momentânea, quando nos dá um branco e nos sentimos incapazes de raciocinar com clareza! Parece que as forças nos fogem juntamente com as palavras e os movimentos…
Trata-se de momentos tão perturbadores, tão angustiantes que nos tiram do eixo e nos falta o equilíbrio num ambiente nebuloso: o verdadeiro beco sem saída.
No entanto, sempre aprendemos que para os que creem não existe beco sem saída. Isso porque há a quem recorrer e, no meio das ondas de incerteza, aparecerá a bendita tábua de salvação.
Todos experimentamos esse caos interior em determinadas ocasiões. Pode ser o jovem se preparando para o Curso Superior, indeciso diante de tantas opções e carreiras. Pode ser alguém impactado por um diagnóstico de doença grave, implacável, que parece lhe tirar o chão… Pode ser alguém demitido inesperadamente ou traído por um sócio, que se vê incapaz de qualquer reação… Pode ser uma notícia de tragédia familiar, de uma morte súbita… São tantas as situações em que a pergunta “E agora?” é a única que nos ocorre….
“E agora, José?“- a interrogação-título do poema de Drummond é feita a cada um de nós, em certas circunstâncias. E não temos resposta pronta, imediata ou oportuna.
Entretanto, lembro aqui a história de Bartimeu, citado no Evangelhos. Cego, mendigo, sentado à beira do caminho por onde Jesus passou, não perdeu a oportunidade de chamar a atenção do Mestre, por mais que tentassem impedi-lo. Chamou, gritou e ouviu a pergunta “Que queres que eu te faça?”. Não hesitou em falar da sua necessidade maior: “Que eu torne a ver”. Em consequência foi curado e passou a seguir seu benfeitor.
Então, se a nossa pergunta é “E agora, o que eu faço?“, não vamos nos esquecer daquele que tem todo o poder e nos pergunta suavemente “Que você quer que eu faça para ajudá-lo?“. Claro que, se Ele é onisciente, sabe perfeitamente o que necessitamos… Entretanto, é preciso verbalizar, colocar em palavras aquilo que nos aflige, demonstrar nossa confiança no seu poder e na sua misericórdia.
Precisamos, sim, nas encruzilhadas da vida, que nos restaure a visão, para que o rumo certo se delineie à nossa frente. Desejamos tornar a ver sua boa mão nos conduzindo pelos caminhos da paz. Que assim seja, Senhor!
Marcos 10:51