Por: Zeneide Ribeiro de Santana
Há anos fui intimada a comparecer ao Fórum para servir de jurada num julgamento. Nem sabia que meu nome constava de uma lista de pessoas selecionadas para prestar esse tipo de serviço.
Quando os nomes dos intimados são lidos, as pessoas ficam em pé e, um por vez, o promotor e o advogado de defesa podem aceitar ou rejeitar. Fui aceita e fiquei nervosa com a responsabilidade, pois acho extremamente difícil julgar as pessoas, mesmo na companhia de outros seis. Mas, segundo o juiz, aquele não era um caso complicado, uma vez que o acusado de esfaquear uma pessoa sofria das faculdades mentais, conforme comprovou um médico psiquiatra. Os próprios companheiros de cela testemunharam sobre seu comportamento estranho, dizendo que ele falava sozinho, demonstrava medo, se encolhendo todo e dizendo que estava sendo ameaçado por extraterrestres. Esquizofrenia? Não sei. O réu foi condenado a cumprir a pena no Manicômio Judiciário. Senti grande tristeza e muita pena; lembro-me de ter orado, pedindo a Deus que lhe concedesse paz de espírito.
Numa outra vez em que fui intimada, não me escolheram ( já havia três mulheres…) e depois disso nunca mais fui chamada, o que me deixou bem feliz.
Num dia desses, minha amiga Marlene Alexandroff me deu uma carona para casa, que fica próxima ao Fórum de São Caetano do Sul. Num cruzamento, ela parou no semáforo e seu celular tocou. Aí ouvi: “Oi, meu bem! Estou aqui no Fórum, estou levando a Zeneide!” Não aguentei, aproximei-me dela e falei: ” Mas eu não fiz nada, viu, Alexandre!”. O caso acabou em risadas. Ela me disse que toda vez que passa por ali se lembra do fato e ri sozinha.
Continuo achando que, apesar de importantíssima e muito necessária para a sociedade, a tarefa de julgar não é fácil nem agradável. Quanto ao nosso relacionamento com o próximo, vale recordar a recomendação do Mestre: ” Não julgueis para que não sejais julgados, pois com o critério com que julgardes sereis julgados ; e, com a medida com que tiverdes medido vos medirão também. (Mat. 7:1-2)
Oi, querida amiga!
Como você consegue fazer de um pequeno momento uma grande história? Que dom maravilhoso! Que Deus a abençõe a cada dia para que possa continuar olhando a vida com olhos especiais!
Oi, Marlene
Que Deus nos ajude a ver sua mão em todas as coisas, com bom humor e coração a gradecido. Que possamos sempre aprender dele. Beijo.