Lembram-se da canção de Roberto Carlos: “Como vai você? Eu PRECISO saber da sua vida…”
A curiosidade é natural em todos nós, mas em alguns casos, chega a ser preocupante. Hoje ouvi, pelo rádio, uma reportagem sobre o hábito dos japoneses de não atender ao celular nos transportes públicos. Há avisos nas estações e, quando o celular toca, eles desligam ou atendem em voz baixa, dizendo que estão no metrô e retornarão a ligação depois. Isso para não incomodar os outros passageiros e para preservar a própria privacidade.
Aqui no Brasil? Ah, coisas incríveis acontecem!. Quem já não ouviu vendas, com pechincha e tudo, numa curta viagem de trem? Ou risos debochados, ou xingamentos, ou paqueras, ou ameaças… tudo em voz alta, às vezes aos gritos, sem o menor constrangimento?
No programa de rádio a que me referi, um ouvinte ligou contando que deixou de descer no seu ponto, só para ouvir o desfecho de uma história que alguém contava pelo celular. Outra pessoa disse que desceu no mesmo ponto daquela moça falante, apenas para continuar ouvindo a conversa: queria muito saber como acabaria aquele papo cabeludo…
Outro dia publicaram um post pedindo que aqueles que brigam pelo celular coloquem no viva-voz para que todos ouçam também o outro lado para poderem dar razão a quem merece… Só rindo mesmo…
De fato, como disse Eça de Queiroz, “a curiosidade leva por um lado a escutar às portas e por outro a descobrir a América”
De acordo com Joseph Addison, “Há diversos tipos de curiosidade; uma de interesse, que nos leva ao desejo de aprender o que nos pode ser útil, e outra, de orgulho, que provém do desejo de saber o que os outros ignoram.”
Claro que também sou curiosa, mas achei ótimo o conselho de não adubar a curiosidade alheia. Penso que temos pouco tempo e é melhor aproveitá-lo com nossa própria vida e não perdê-lo vivendo a vida dos outros.
Bom mesmo é “ter uma curiosidade saudável, que nos mova em direção ao conhecimento, não em direção a vida alheia”, como recomendou Steve Jobs.
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