“Penetra surdamente no reino das palavras …” – é o verso inicial do lindo poema “Procura da poesia”, de Carlos Drummond de Andrade. Nele, o poeta afirma que as palavras estão todas lá, em estado de dicionário e que é preciso escolher, captar seu melhor sentido, para com elas compor um poema…
Outro dia, reli o Salmo I. Referindo-se a uma pessoa bem-aventurada, o salmista afirma que “antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite”. No mesmo instante, parece que tive um insight, uma revelação instantânea, que me fez relacionar o verso de Drummond ao versículo acima.
Mas, como assim? Não sei explicar. Tive a sensação quase física de que algo maravilhoso, no caso a palavra de Deus (a lei do Senhor) suavemente ir invadindo, inundando o ser de forma tão completa e harmoniosa que a paz, aquela que excede todo o entendimento ir se estabelecendo aos poucos… Realmente inexplicável!
Naquele momento entendi que, para usufruir esse estado de espírito tão especial, era necessário penetrar suavemente no Reino da Palavra… de Deus! Sim, porque lá está a mais bela história de amor incondicional, da doação da vida, por meio de Jesus Cristo. Lá estão as receitas para uma vida autêntica, as maravilhosas promessas de acolhimento, de perdão , de companhia e de fidelidade. Também lá se encontram as orientações para o bom relacionamento, para a conduta íntegra, para a generosidade de repartir boas novas …
E isso tudo está disponível para todos, sem qualquer sombra de discriminação, sem necessidade de permissão especial, nem de senhas, muito menos de pagamento. É preciso, com urgência, priorizar o acesso à Palavra, da forma que for possível. É preciso mergulhar frequentemente nesse universo de sabedoria, impregnar-se do seu conteúdo, guiar-se pelo Espírito Santo e, assim, preparar-se para viver a bem-aventurança, que permite refletir a luz de Jesus Cristo.