Nesta época, cores e músicas conseguem tocar o nosso lado emocional! Por mais que critiquemos a comercialização, o consumismo, a descaracterização do verdadeiro sentido do Natal, não podemos fugir das lembranças… Até panetone se torna gatilho para o desabrochar das memórias que vão escapando e ocupando espaço nos corações desalentados…
Lá num cantinho da infância, um cartão musical, uma rabanada com canela, a encenação numa festa religiosa, um presente de grande valor sentimental vão se chegando aos poucos, mexendo e remexendo o caldeirão da saudade…
Para mim, na fase adulta, já com filhos, a lembrança do Natal comemorado em família, na casa da Zeni é a que mais se destaca. Tempo em que “eu era feliz e ninguém estava morto”…
Em torno da vó Braulia, os netos se aglomeravam para ganhar chocolates. No começo eram caixas, depois passou a oferecer tabletes, grandes, não mirradinhos como os de hoje… E ela, meio brincando, dizia que chegaria o tempo em que só ganhariam um “Bis”… Pois é, bis foi o que nunca tivemos, nem teremos!
Houve o Natal do peru assado com o saquinho de miúdos dentro, lembra, Zélia? Houve o Natal da famosa farofa com arroz da Zeni (quantas piadas!), tantas revelações divertidas de amigo secreto, houve também aquele em que o Papai Noel desceu as escadas com o saco de presentes, exagerando no Ho, ho, ho e foi desmascarado no meio do caminho, pelas crianças que gritaram ” Tia Zélia! Tia Zélia !” Também, quem mandou esquecer de trocar as sandálias douradas?
Porém, dentre tantas lembranças, sempre prevaleceu a necessidade de unir os familiares no espírito de gratidão em torno do personagem principal, Jesus Cristo .
Foi para isso que Jesus veio como um simples bebê, que cresceu e se doou para nos dar vida plena, abundante. Caso único em que o aniversariante simboliza o próprio presente. Podem ter mudado as pessoas, as circunstâncias, as lembranças mas que continue sendo esse o sentido do Natal.
Vamos celebrar?