A Moça Tecelã

 

A Moça Tecelã, de Marina Colassanti,  é um conto de fadas moderno que narra o dia-a-dia de uma moça que tece. Nada lhe falta, passa seus dias a tecer com cuidado e amor ao trabalho que executa.  Usa o tear para expressar seus sentimentos e, através das cores das linhas, tece a vida e seus humores. É feliz em seu ofício e tece tudo que sua imaginação lhe permite.

Os dias passam e nada lhe falta, porque cria tudo de que necessita: leite, peixe… Porém, chega um tempo em que começa a se sentir sozinha e deseja um companheiro ao seu lado. Imediatamente pega os fios e começa a tecer o marido imaginário. Com cuidado, escolhe os fios mais bonitos e delicados e inicia sua grande obra. O marido sonhado ganha chapéu, corpo e rosto bem desenhados e um belo par de sapatos bem engraxados.

Terminada a obra, a porta de sua casa se abre, e eis que surge o marido esperado. Radiante, a moça tecelã dorme no ombro dele e sonha com os lindos filhos que teriam. É muito feliz por algum tempo, porém os propósitos de seu amado eram diferentes dos seus. Ao invés de filhos, ele quer uma casa melhor, maior e mais bonita, e exige que a esposa logo comece a tecê-la.

Terminada a casa, o esposo quer um palácio com arremates de prata. A moça tecelã dedica meses na construção do tal palácio, sem tempo sequer para ver a luz do dia. Pronto o palácio, o marido exige que ele tenha uma torre bem alta para abrigar a esposa em seu ofício de tecer.

Encerrada na mais alta torre do palácio, a moça tece e se entristece. Seus pensamentos se voltam para o passado, para a casa simples em que vivia e para todas as coisas boas de antes. Chegando a noite, ela resolve destecer o marido: puxa o primeiro fio e, antes que ele acorde, já está desfeito completamente. A moça tecelã volta a sua vida simples e feliz, de tecer com simplicidade e alegria seus sonhos de mulher.