A criança pequena acorda de madrugada, chorando:
– Papai! Mamãe!
– O que foi, filha ?
– Estou com com medo!
– Não, filha, papai está aqui! Não precisa ter medo…
A senhorinha, com sintomas iniciais do mal de Alzheimer, não passa bem, com um problema digestivo. Depois da medicação, alguém pergunta se ela quer subir e se deitar no quarto. Rapidamente ela responde:
– Não, vou ficar aqui na sala… Não quero ficar sozinha lá em cima…
Sempre quando meu filho me deixa em casa, ao sair do carro, meu netinho de três anos pergunta, com ar penalizado:
– Você vai ficar sozinha na sua casa, vovó? Venha para minha casa!
Sempre me emociono com essa fala dele. Mas acho ainda cedo para explicar que é bom ter meu cantinho, que moro perto e podemos nos ver sempre. E o mais importante: nunca estaremos sozinhos se nos relacionarmos com Deus e se ele for nosso hóspede constante.
E estar só é diferente de sentir-se só, embora pareça apenas um jogo de palavras. Há situações de extrema solidão, realmente, quando, por mais pessoas que nos rodeiem, nada preenche aquele vazio repentino… Há ausências eloquentes, vozes que ecoam no subconsciente, saudade quase palpável que chega pela simples evocação de uma frase, um sabor, um som, um perfume…
Entretanto, aquele que crê em Deus tem promessas para a sua vida:
“Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar.” – foi o que Deus falou a Josué quando o enviou à Terra Prometida.
“Eu não vos deixarei órfãos” e “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”– são palavras de Jesus antes de voltar ao céu.
Uma das minhas lembranças de infância é a de um quarteto masculino cantando:
“Neste mundo sozinho / não quero nem posso avançar…”
Mas Cristo mesmo promete/ que nunca irá me deixar…
Então, creio que essas promessas são válidas para mim e para você. É como se ouvíssemos, hoje também: “Filho, você não está sozinho! Estou aqui, bem perto!”