Aprendemos que profetizar é uma espécie de missão que certas pessoas recebiam do próprio Deus para ser seu porta-voz. Tinham o privilégio de ouvir do Senhor as mensagens e também a responsabilidade de transmiti-las fielmente ao povo ou a um determinado destinatário. Há lindas e algumas trágicas histórias dessas revelações registradas nas Sagradas Escrituras.
Mas, creio que profetizar também pode ser entendido como o ato de levar uma palavra de ânimo, de conforto, de esperança àqueles que convivem conosco ou com quem nos relacionamos eventualmente. Nasce do desejo sincero de ajudar o próximo e equivale a uma oração.
Há poucos meses, estava no Metrô, em São Paulo, quando uma moça bonita e bem vestida sentou-se à minha frente. Fisionomia triste, parecia segurar o choro. De repente, lágrimas começaram a escorrer e ela pegou lenços da bolsa, que de nada adiantavam , pois o pranto só aumentava. Comecei a orar por ela, pedindo a Deus que a libertasse daquilo que a fazia sofrer e que tranquilizasse seu espírito. Iria descer na parada seguinte. Então, num impulso, tirei uma folha do meu bloquinho e escrevi “Você será muito abençoada! Creia nisso!” Quando o trem foi diminuindo a velocidade, levantei-me e entreguei-lhe o papelzinho. Surpresa, ela leu e agradeceu. Quando me virei, na saída, ela sorriu para mim, ainda com o rosto vermelho e molhado.
Foi uma profecia? Não sei. Não ouso afirmar. Quando disse que ela seria abençoada foi porque tinha orado nesse sentido, do fundo da alma e acreditei que seria atendida.
Então, quando li em I Coríntios 14:3 : “Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação”, entendi que podemos fazer isso nos dias de hoje, nas mais diversas circunstâncias. A recomendação do apóstolo Paulo parece se referir ao exercício do dom de profecia nas reuniões da igreja que, na época, ocorriam nas casas dos cristãos.
Se cremos que somos igreja, vivamos como igreja, tendo intimidade com Deus, o suficiente para profetizar bênçãos na vida dos outros. E por que não na nossa também?
