Cotidiano

Olhar para os lados

estrada

Por: Zeneide Ribeiro de Santana

Pais ensinam seus filhos a atravessar a rua cuidadosamente, olhando para a esquerda e  para a direita, para lá e para cá. Outro dia vimos um senhor cruzando a avenida na maior tranquilidade, sem o mínimo de atenção. Sorte dele que os carros vinham devagar naquela descida e foram parando até ele atravessar. Comentaram:

– Esse aí esqueceu o que deve ter aprendido na infância. Ou então, está com a cabeça em outra galáxia…

Na verdade, precisamos olhar sempre para os dois lados, inclusive das questões.

Quando nos escolhem para ouvir uma história recheada de comentários maldosos, de quem se julga vítima de injustiça, tendemos para a solidariedade, principalmente se conhecemos bem o narrador. “Puxa! Coitado!”  Mas se, mesmo sem procurar saber, ouvirmos o relato do ponto de vista do ofensor, é possível reavaliar a opinião. Aí poderemos concluir que, quando analisamos os dois lados de uma questão, pode existir um terceiro lado: o certo!

Em Provérbios 26:7  lemos que “se envolver em questões alheias é como pegar um cão pelas orelhas.”   Muito difícil tomar partido sem cometer injustiça. Só mesmo o rei Salomão no julgamento das duas mulheres que disputavam um filho. Sugerindo que dividissem a criança em duas partes e cada mãe ficasse com a metade, soube quem era a mãe verdadeira. Aí entrou o fator sabedoria – o dom que escolheu receber de Deus, em vez de fama e riqueza.

Claro que não somos sábios o suficiente para evitar as armadilhas do pré-julgamento ou mesmo do preconceito. Queremos sempre ter razão  ou “puxar a brasa para a nossa sardinha”.

Não seria bom descentralizar o olhar de nós mesmos e procurar dirigi-lo um pouco mais  para o lado dos outros?Assim, teríamos a oportunidade de perceber que muitos têm qualidades, dons e ideias criativas…  O lado de lá também é capaz de expor carências e necessidades para mover nossa ação solidária…    Vamos experimentar olhar sempre dos dois lados?

About the author

Zeneide

Meu nome é Zeneide Ribeiro de Santana, professora de Língua Portuguesa e Literatura. Já sou aposentada e aproveito meu tempo lendo bastante e tricotando um pouco.