Cotidiano

Sobre o Dia das Crianças

Dia das crianças, tempo de recordações. Primeiro, a própria infância, tão longínqua, tão divertida, tão intensa…    Bons tempos sem grandes preocupações, com a liberdade de viver em cidade pequena, sem perigo de trânsito… Havia a alegria de frequentar a casa dos avós, espaçosa, com quintais incríveis, cheios de árvores frutíferas e ótimas oportunidades de brincadeiras hoje impensáveis… Cheiros e sabores que sobreviveram décadas e ainda são vívidos na memória… Sem luxo, sem brinquedos industrializados, sem viagens, mas repletos de magia e de encantamento…                                                            Depois vem o tempo das nossas crianças, já em outra realidade: cidade grande, ruas movimentadas, preocupação com a segurança… Mas ainda possíveis alguns jogos de bola nas ruas laterais, passeios de bicicleta nos arredores do quarteirão, ida à casa de primos que moravam perto… Época também de brinquedos eletrônicos, videogames que não atraíram tanto (graças!), começo do uso de computador…  Tempo de mudanças rápidas, mas que ainda não chegaram a influenciar tanto o comportamento delas nas atividades que desenvolviam com prazer.                                                                                       Agora que essas crianças se tornaram pais e se vêem envolvidas na educação dos próprios filhos, tudo parece incrivelmente mudado. Nem dá pra usar a expressão ” no meu tempo…” pois ninguém parece saber mais o que é bolinha de gude, brincar de roda, subir em árvores ou soltar pipas… Apesar da variedade imensa de brinquedos modernos, movidos a bateria, da onda avassaladora de super-heróis, com todos os seus apetrechos, é um tanto difícil para os avós acompanhar essa parafernália eletrônica sem que um leve toque de saudosismo aperte seu coração…                                                                                              Mesmo assim, é com gratidão que reconheço a alegria no riso das crianças, nos seus olhos brilhantes de curiosidade, na cumplicidade nas artes e travessuras que inventam… Sim, ser criança é uma bênção. Minha oração é para que sejam saudáveis, felizes, e que tenham nos pais seus exemplos de conduta. E , principalmente, que isso as leve a comparar esse relacionamento com o que devem ter com o Pai Celeste, pleno de amor e confiança, para que se sintam seguras.

About the author

Zeneide

Meu nome é Zeneide Ribeiro de Santana, professora de Língua Portuguesa e Literatura. Já sou aposentada e aproveito meu tempo lendo bastante e tricotando um pouco.